1. |
Troca o Par
05:15
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Meninas a bailar
Saias a voar
Batem com os pés no chão
De braços cruzados
Especados a olhar,
Os rapazes de coração na mão
Olha que depois faz-se tarde
O sol vai nascer
E o engate fica mal parado
Olha que depois já não é tão verdade
O que se passou de noite
De dia perde o significado
Meninos no futebol,
Pontapés ao sol,
Deixam a miúdas de coração na mão
A comerem um gelado
A ver se arranjam namorado
Falam de tácticas com emoção
Olha que jogam em quatro, dois, quatro
Com defesa desguarnecida
E uma ofensiva sem pecado
Olha que a defesa é o melhor ataque
Não sofrer golos
É meio caminho andado
Vens com falinhas mansas
Para outros, danças
E comigo não queres dançar
Ainda a noite é uma criança
As voltas, tantas
Siga a festa sem parar
Vai-se ouvir o mandador
E com ele, troca o par
Ao ritmo das palavras
Havemos de nos encontrar
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2. |
Carrinha Amarela
04:31
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Se queres boleia, eu dou-te boleia
Vamos a oitenta na minha carrinha
Com motorista privado
Quem paga é o estado
Leva-te aonde queiras ir
Leva-te a todo o lado
A minha carrinha do semi-privado
A carrinha tanto é minha como é tua
É como a lua,
Já tem os seus terrenos comprados
Em lotes semi-privados
Já dizia o velho ancião
Andar a pé faz bem
Mas eu vou na carrinha
Na minha carrinha amarela
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3. |
Marcha Fingida
03:22
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Mostra-me o florilégio dos teus beijos outra vez
Para sentir o sabor de cada um
Vão-se os medos temos sorte
Deus perdoa o mal que faz pelo bem que sabe
Florilégio não é sacrilégio
Na quantia certa, quanto baste, nada forte
E se pedir um desejo
Peço outra vez
Para sentir o sabor de cada um
Quero saber a sua origem
De que natureza são
Se são acácias, dálias ou violetas
Ah, o meu desejo anda a ficar louco
E o meu corpo morre para nascer
Na paz do teu beijo
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4. |
Praia de Algés
07:17
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Cabelo molhado
Pela água do mar,
Salteado com brisa da manhã
Fica a pele de Galinha
Que sol dissipa,
Aquece-te a espinha, enquanto róis uma maçã
Praia de Algés
Fogareiro ao sol
Bote na areia
À espera da maré
São dez da manhã
Anzol ao mar
E se não pescar
Vai-se comprar,
Não se fica sem comer
Não se fica sem beber
Ai que desgraça se isso acontecer
A pele seca
Já não aguenta,
Procura a sombra para descansar
Mete mais óleo
Pelo corpo todo
Puxa-lhe o brilho se está a queimar
Praia de Algés
Um corpo ao sol
À sombra a geleira
Cerveja na mão
Os olhos vãos
A desvendar
O que vai no mar
Se o peixe não aparecer,
Pode-se ficar sem comer
Não se fica é sem beber
Ai que desgraça se isso acontecer
Passa um Cruzeiro
Ao final da tarde,
Buzina bem alto despede-se da cidade
Já passou S. Vicente,
Com olhos de morto
Entrou em Lisboa com dois corvos à proa
Nesta praia de Algés
Parece que os peixes não vão em conversas,
Pode ser que por milagre eles lá apareçam
Anzol ao mar
E se não pescar
Vai-se comprar
Praia de Algés
Duas sandes, um rissol
Vazou-se a geleira
Encheu a mar.
São sete da tarde
O sol caiu
Levantou-se o frio
O peixe não mordeu,
Vai tudo de abalada
Não há cerveja para a caminhada
E a desgraça foi não ter sobrado nada
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